MEMÓRIAS
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1 - Prefeitura assina contrato para remodelação do Largo do Liceu de Goiânia
Prefeitura assina contrato para remodelação do Largo do Liceu de Goiânia
12:56 Goiânia - No Coração do Brasil 1 Comments A+ a-
A Prefeitura de Goiânia está investindo cerca de R$ 300 mil reais na execução de serviços de remodelação e construção da Praça Linear do Largo do Liceu de Goiânia, no Centro. A assinatura do contrato foi realizada ontem (dia 18) pelo secretário municipal de Turismo, Euler Morais, e hoje (dia 19) pelo prefeito Iris Rezende Machado. "O Liceu de Goiânia representa um símbolo da Capital do Estado, de cultura e de civismo. A Praça do Largo do Liceu será mais um espaço público importante para o lazer e o bem-estar em Goiânia", avalia Euler Morais.
Os recursos foram obtidos através de emenda parlamentar do deputado federal Luiz Bittencourt (PMDB). Segundo Vicente Souto Júnior, sócio da Marsou Engenharia, empresa vencedora da licitação realizada no ano passado, as obras terão início o mais cedo possível e devem ficar prontas até junho. A fiscalização das obras será realizada pela secretaria de Infraestrurura.
O Liceu de Goiânia é um patrimônio nacional, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Fundado em novembro de 1937, por suas salas de aula já passaram personalidades da história contemporânea de Goiás, como Henrique Meirelles, Alcides Rodrigues, Pedro Wilson, Iris Rezende Machado, além de escritores e artistas reconhecidos como relevantes à literatura e às artes, no Estado e no País.
Fonte: Secretaria Municipal de Turismo http://www.gynbr.com.br/2010/01/prefeitura-assina-contrato-para.html
Liceu de Goiânia, 80 anos!
O Liceu de Goiânia, em bico-de-pena do talentoso artista vila-boense Di Maralhães |
Sempre sob a Águia
Dedico esta fala, muito especialmente, ao poeta e acadêmico Emílio Vieira das Neves, com quem compartilhei os bancos liceanos a partir de 1963.
Em novembro de 2017, o Liceu comemorou 80 anos de sua chegada a Goiânia, O colégio, fundado em 1847 pelo presidente da província de Goiás, Barão de Ramalho, mas a população da antiga capital exigiu do governo que se restabelecesse a escola, o que se fez. Dividido geograficamente, o Liceu continuou sua História – lá e aqui.Propus à Academia Goiana de Letras uma visita ao Colégio para festejar a efeméride, mas o adiamento foi inevitável. Na quarta-feira da semana que se encerra, 25 de abril, estivemos lá e coube-me saudar os estudantes, professores e a História, o que fiz aproximadamente no teor seguinte:
Barão de Ramalho, fundador do "Liceo Goiano", em 1846. |
Esta visita ao braço goianiense do centenário Liceu de Goiás é dos nossos planos desde o último novembro, quando este templo de ensino e formação de cidadãos festejou 80 anos. Ficam as minhas desculpas, justificadas pela agenda um tanto comprometida. Felizmente que o nosso jovem diretor compreendeu e ajustou esta data, em conveniência dupla.
O Liceu chegou a Goiânia como Ginásio Oficial de Goiás, dirigido pelo professor Iron Rocha Lima. E para cá trouxe não só o acervo escolar desde os meados do Século XIX, mas o ímpeto idealista da liberdade, ainda que fosse aquele o ano da instalação do Estado Novo – eufemismo para a consolidação do período arbitrário de Getúlio Vargas.
Há dez anos, aqui viemos, pela primeira vez, festejar os 70 anos. Naquela ocasião, fui incumbido pelo presidente Modesto Gomes para saudar o Liceu de Goiânia e sua história, o que fiz de modo a demonstrar que a nossa história vem da respeitável Vila Boa de Goiás e somos, sim, o ramal efluente do digno Liceu de Goiás, idealizado e criado pelo Barão de Ramalho por lei de 20 de junho de 1846.
Em 1963, matriculei-me no segundo semestre do primeiro ano do curso Clássico, a versão humanística do Colegial, onde fui colega do querido confrade professor Emílio Vieira, poeta e ensaísta admirável, dentre outros que marcam fortemente nossas lembranças.
Em 1969 e 1970, lecionei aqui Geografia e também Educação Moral e Cívica para os cursos Clássico e Científico – o que hoje é o Ensino Médio. Para mim, o Liceu era, legitimamente, a continuidade do Colégio Pedro II, criado no Império ao tempo do príncipe herdeiro, na mesma data de seu décimo primeiro aniversário, ou seja, nove anos antes da criação do Liceu – o décimo segundo estabelecimento criado no Brasil após aquele pioneiro Imperial Colégio de Dom Pedro II. Todos os demais tiveram suas atividades interrompidas, alguns retomaram suas atividades anos ou décadas após – somente o Pedro II e o Liceu Goiano mantiveram-se em funcionamento sem solução de continuidade.
A História inteira do colégio goiano, desde os tempos de seu surgimento, registra a passagem por suas salas de inumeráveis vultos de nossas letras, das ciências e da vida pública goiana e nacional. Leopoldo de Bulhões, aluno brilhante, teve ilustre carreira pública, chegando a ministro da Fazenda nos primeiros anos da República, após governar Goiás. Seu irmão Félix de Bulhões foi poeta notável, professor no Liceu e é patrono da Cadeira 4 da nossa Academia Goiana de Letras, hoje ocupada pela professora Moema de Castro e Silva Olival.
Bernardo Elis, um goiano na ABL. |
O contista José J. Veiga, autor goiano traduzido em 40 países. |
Prof. Francisco Ferreira |
Aconselho a vocês, que me ouvem, visitarem o Liceu em Goiás, a antiga capital. Verão aquela arquitetura histórica que nos toca e desperta a curiosidade natural ante a história. E a emoção virá quando lerem no alto dos portais, os nomes das salas, evocando sentimentos e valores, em lugar de frios números. Visitem a biblioteca, de livros valiosos e raros, bem como o espaço museológico Viva e Reviva, agora em fase de montagem.
Em Goiânia, também, grandes vultos da nossa história, nas mais variadas atividades – da ciência à política, das letras aos negócios – aqui passaram, como o artista plástico e professor Amaury Menezes, o governador, deputado e senador Irapuan Costa Júnior (o aluno liceano, em toda a história, recordista em notas) e dois ex-presidentes do Banco Central do Brasil – Gustavo Loyola e Henrique Meireles (mais tarde, ministro da Fazenda). E, também, o recentemente falecido professor Nion Albernaz, ex-aluno e ex-professor desta Casa, ex-prefeito de Goiânia em três mandatos.
Prof. Nion Albernaz, aluno e mestre no Liceu de Goiânia. |
Amaury Menezes, artista plástico, também liceano na nova capital. |
Eu, em 2010, devidamente uniformizado como em 1963. |
mulheres doces – seres severos…
Tempo de nós muito jovens.
Sonhamos crescer, lutar... quem sabe?
Alcançar liberdade – palavra perigosa,
vigiada e guardada a chave.
Meninos grandes de uniforme bege e branco;
jovens mestres de jaleco, pastas, livros
e giz ante o quadro escuro...
Quadro negro, quase sempre verde...
Lousa, massa e cimento
berço de textos e contas – lições.
Calça cáqui, sapatos pretos, saias medianas;
Meninas de meias brancas, muito alvas
– um rigor religioso, aquele!
No peito, a águia! Vigia solene,
asas abertas ao voo
viagem no tempo a vir!E o sentimento de fé e sonhos. Marcamos:– sine die, seja sábado e noite,
mas em quarenta anos (ao menos).
FONTE: http://penapoesiaporluizdeaquino.blogspot.com/2018/04/o-liceu-de-goiania-em-bico-de-pena-do.html